21.12.06

Se você passar por aqui nesses dias...



... receba os votos de um Natal muito fofo e aconchegante, e um Ano Novo mais do que vibrante.

14.12.06

Medo do povo

Ontem foi mais um dia de apresentação do espetáculo de Natal do HSBC, no calçadão da rua XV. Estava previsto para as 21 horas, mas antes das 20 horas já tinha gente chegando. Nesse momento, as lojas da quadra do Palácio Avenida, que nesta época costumam ficar abertas até às nove da noite, começaram a fechar as portas.

Vou até o Lucca Café da rua Ébano Pereira, quase esquina com a XV, para fazer um lanche. Pretendo ficar ali até o término da apresentação, esperando pelas pessoas que estão comigo e que vão assisti-la. Já vi esse ano, estou cansada, não quero ver de novo.

Uma faixa na entrada do café anuncia que os pratos de almoço podem ser pedidos a qualquer hora do dia, das 8h às 21h. “Oba”, pensei. Se a cozinha fica aberta até às nove, talvez o café só feche mais tarde. O ambiente é legal, posso ficar sossegada, lendo uma revista e tomando um espresso, enquanto aguardo o fim do espetáculo.

Peço um queijo quente delicioso. Devoro, estou com fome, peço um segundo. “Não é possível, senhora, a cozinha já está fechada”, diz o garçom. Olho para o relógio, ainda não são 20h30. “Como assim? A faixa diz que vocês servem almoço até às 21h, a cozinha não pode ter fechado”. Recebo uma desculpa esfarrapada do rapaz e ele se retira.

À medida em que aumenta o número de pessoas lá fora, chegando para prestigiar um dos mais famosos eventos de Natal do Brasil, o Lucca Café vai descendo suas portas. Minha mesa e mais umas cinco outras começam a sentir aquela pressão para ir embora. Pretendo ser a última a sair, só de raiva. Enfim, já perto das 21h, não agüento o mal-estar e saio indignada.

De acordo com a faixa exposta lá fora, ainda poderia pedir um flié mignon, se quisesse. Claro, desde que não seja uma noite em que o povo está na rua. Parece que o Lucca Café tem medo do povo. Prefere fechar suas portas e frustrar seus clientes do que se preparar adequadamente e aproveitar o grande fluxo de pessoas que circula por ali.

Um receio que as lojas vizinhas ao café, Aliança Móveis e a Lojas Americanas, não têm. Talvez porque elas estejam acostumadas a lidar com o povo, coisa que o Lucca Café parece não saber. Elas aceitam o cliente e seu dinheiro, não importa se a classe é A, B, C, D ou E, se vêm do terminal da Praça Rui Barbosa ou do estacionamento em frente.

Pois bem, nessa noite, quem me recebeu bem foi a Lojas Americanas. Das 21h às 22h eu passeei pela loja, aproveitei a promoção de CDs, conferi as novidades em cosméticos e comprei álbuns de fotos que estava procurando faz tempo.

Deixei algum dinheiro lá dentro, algo que o Lucca Café da rua Ébano Pereira não vai ver tão cedo.