14.5.07

Pagar caro e não ver o show? Era só o que faltava

O respeito aos direitos do consumidor já evoluiu bastante, mas parece que ainda não chegou ao setor de entretenimento, mais especificamente o de bares.

Sábado eu decidi tirar o mofo e cair na balada. Show do Mombojó no Era só o que faltava, mesmo sendo longe de casa e achando extorsivo o valor que eles cobram por uma tulipa: R$ 4,00 por 300 ml da bebida para um lugar em que você já paga para entrar, é exploração.

Comprei o ingresso antecipadamente, ou seja, já garanti a grana para o bar. O ticket informava que o show começaria às 23 horas. Aquelas letras impressas com tanta convicção me fizeram acreditar neles. Afinal, se não tivessem hora para o início do show, não precisariam colocar no ingresso, certo? Mesmo assim, decidimos ligar para confirmar. Falaram que começaria mais tarde, por volta de 23h30. Ok, razoável.

Chegamos lá perto das 23h e paramos no bar ao lado para tomar uma cerveja grande e diminuir o prejuízo lá dentro. O dono do Era aparece e diz para ficarmos tranqüilos. A banda ainda estava passando o som, o galpão do palco estava fechado e as pessoas estavam se espremendo para entrar.

Lá por meia-noite, seguindo a dica dele, entramos. O galpão já estava aberto, mas nada da banda. Os roadies ainda estavam testando o som. O lugar já estava lotado. Para acalmar as pessoas, começaram a tocar Los Hermanos. Deu certo com umas neo-ripongas, que cantavam empolgadas e atenuavam o clima de revolta.

Ficou na cara que havia muito mais gente do que o espaço do show permitia. Na hora de vender os ingressos, eles devem ter considerado a capacidade da casa e não o do ambiente do palco. Uma puta sacanagem, porque as pessoas pagaram 15 ou 20 pilas não para ver o show do telão, e sim ao vivo. Nem isso, porém, foi possível. Quando a banda começou a tocar, não se ouvia nada do lado de fora do galpão. O som pifou.

Ainda bem que conseguimos pegar o dinheiro do ingresso de volta sem muito problema, o único aspecto positivo da experiência. Mas muita gente saiu de lá injuriada e no prejuízo.

O pessoal do Era foi muito mala de vender aquela quantidade de ingressos e de não cuidar da parte técnica. Fica a sensação de que consumidor de show pode ser tratado de qualquer jeito, porque ninguém vai reclamar. Acho que as coisas estão mudando, e as pessoas ficando mais exigentes. Eu, por exemplo, vou pensar duas vezes antes de encarar outro show na casa.

Da noite, fica a boa lembrança das cervejas e dos espetinhos consumidos no esquenta no República. Que também é do mesmo dono do Era, então com a gente ele ainda teve lucro.

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