9.2.07

Tragédia: um conceito que sempre se renova

Oito dias depois do post abaixo, a mídia dá mais uma notícia: assaltantes roubam um carro, o menino fica preso pelo cinto de segurança, só que para fora do veículo. A criança tem 6 anos e é arrastada por vários quilômetros.

Existiam torturas parecidas nas eras mais tenebrosas da humanidade.

Não tem jeito. Tem que ser paranóico mesmo.

6.2.07

Segura ficava sua vó

Essa minha professora de yoga, sempre me fazendo refletir.

Hoje ela me sai com uma dessas: a mídia carrega a mão na divulgação das tragédias porque acaba lucrando com isso. Afinal, se as pessoas têm medo, ficam mais em casa, assistem mais TV, compram mais para aliviar a ansiedade. E essa é justamente a lógica da sociedade de consumo.

Até que faz sentido, né? Não que o mundo esteja livre de perigos e tragédias. Mas será que, às vezes, esse clima de apocalipse não é um pouco exagerado? Pense: se as pessoas têm medo da violência ou se estão ansiosas, elas:

- vão ao shopping ao invés de fazer compras nas ruas. E o shopping é um anunciante muito melhor do que as lojas isoladas;
- pagam caro para ir ao cinema no shopping ao invés de passear ao ar livre, que é de graça;
- fazem cursos de gastronomia e sommelier muito mais para ter um certo estilo do que para provar os prazeres da mesa. Afinal, existem comidas deliciosas tanto no cardápio do dia-a-dia quanto nas receitas mais sofisticadas;
- fazem compras no supermercado, que anuncia na TV, ao invés de irem à feira, que só conta com o boca-a-boca;
- gastam com carros super equipados de dispositivos de segurança, ao invés de terem um automóvel mais simples e que não chame tanto a atenção.

Enfim, não achei nada absurdo o que ela disse.