8.4.08

Cebolas, tô fora

Eu odeio cebola. Já odiei brócolis, queijo e acelga, mas esses eu passei a gostar muito. Só que com a cebola não tem jeito.

Esses dias, fui a um restaurante por quilo perto do trabalho. É pequeno, a comida é gostosa e o cardápio é elaborado por nutricionistas, o que faz eu pensar que estou me alimentando bem seja lá qual for a composição do prato.

Volta e meia almoço ali. Dessa última vez, o bufê parecia especialmente apetitoso. Peguei salada, arroz integral, peixe, filé. Avancei no pierogui de ricota e reguei copiosamente o arroz com seu molho branco. Arrematei com uma cenoura gratinada, também ao molho branco.

Toda minha empolgação transformou-se em um esgar de nojo quando saboreei o primeiro bocado de arroz com o molho branco. Pedaços de cebola maculavam a iguaria. Desconfiada, investiguei também o recheio do pierogui. Me digam por que cargas d’água é preciso misturar cebola com ricota? Totalmente azeda de desconfiança, puxei a linda casquinha gratinada da cenoura e, lá estavam elas, novamente.

É claro. Deve ter sobrado molho branco do pierogui. Resolveram incrementar a cenoura. Na minha opinião, contaminar a cenoura. Como aquelas criancinhas nojentas, empurrei a comida acebolada para a borda do prato e comi o resto, sem nenhum prazer, extremamente frustrada.

Na saída, reclamei com a moça do caixa sobre a presença de cebola onde elas não deveriam estar – e sobre a ausência de aviso de que elas fazem parte do prato. Aí tive que ouvir que, como eles não usam temperos químicos, a cebola e o cheiro verde fazem parte de todos os pratos. E eu: “bom, mas pelo menos avisem, então”.

Ok, mesmo que eu não tenha razão. Estou sempre lá. Se ela trabalha com alimentação, deve entender como alguns ingredientes causam repulsa nas pessoas. Custava dizer “ok, vamos escrever nas plaquinhas da próxima vez”? Mas não, ainda quis justificar.

E depois, vamos falar a verdade: molho branco e ricota não são lugares para pedaços enormes de cebola.

P.S.: procurando a imagem de uma cebola, acabei encontrando um blog muito legal - Pop Prop.

19.3.08

Promoção com o santo alheio

As empresas vivem sacanenando os consumidores. Por isso, é importante dar preferência para aquelas que nos respeitam. Quer ver um exemplo?

Quantas vezes você já viu uma farmácia ou supermercado dizendo que cobre as ofertas da concorrência? Na maior parte das vezes, realmente cobrem, o problema não é esse. Mas porque privilegiar essas lojas ao invés daquelas que fazem a oferta?

Enquanto as do segundo tipo se preparam, investem em divulgação e em parcerias com seus fornecedores, botam a cara na rua pra bater, as outras simplesmente vão no vácuo. Se aproveitam da campanha e dos esforços da concorrência. Se elas podem cobrir ofertas, deveriam fazer promoções ou praticar preços menores logo de início, sem pegar carona nas outras lojas.

É muito fácil utilizar esse estratagema para atrair clientes. Para aqueles que pedirem um preço igual ao do concorrente, a loja vai baixar. Para os outros, vai manter mais alto. E assim, acaba fazendo milagre com o santo alheio.

Na sua próxima compra, prefira aquela empresa que faz tudo direitinho e divulga suas ofertas. Até nisso o consumidor precisa cobrar respeito.

31.1.08

Arrumem as calçadas que eu quero passear

Existe uma campanha para as pessoas andarem mais de ônibus, ou de outro tipo de transporte coletivo, e deixarem o carro em casa. Quem anda de ônibus, também anda mais a pé. Atravessar ruas, andar por calçadas. Às vezes uma ou duas quadras, quem sabe mais.

Eu, quando pego ônibus, preciso andar nove quadras. Até que não é ruim. Só descida, a rua é bacana, com prédios interessantes, comércio variado e todo um charme de rua tradicional. O único problema são as calçadas. Na verdade, elas só são um problema quando não estou de tênis, ou de bota.

Mas quantas mulheres que possuem carro vão trabalhar de tênis ou bota? Com certeza, boa parte delas usa salto, mesmo que baixinho. E se você reparar, os saltos de hoje são terríveis.

O problema não é a altura, e sim o formato. Eles têm a ponta bem mais afunilada, terminando em uma plaquinha de plástico, pregada no salto. E a tal da plaquinha vive ficando presa entre os paralelepípedos e os petit-pavés. Então, quando você levanta o pé e parte do sapato fica presa na calçada, dá aquele arrependimento. Entra no carro quase na porta de casa, desce quase na porta do elevador. Só pisos planos, sem armadilhas.

Vai parecer futilidade, mas é sério. Para as pessoas deixarem o carro em casa, não é só o transporte coletivo que precisa melhorar. As calçadas também. Para que as mulheres não percam os saltos, para que as velhinhas não tropecem, para que a gente possa andar de cabeça reta, olhando a paisagem, e não como um cão perdigueiro caçando buracos e pedras soltas.

22.1.08

Farfalle Bonito

Fazia muito tempo que eu não postava. Mas fiz uma visita ao Com cafezinho e coloquei o link para cá. Então, caso alguém passe aqui, melhor dar uma atualizadinha no blog.

Ando bastante orgulhosa das minhas invenções culinárias. Nada incrível, mas fico feliz da vida quando consigo aproveitar as sobras que tenho em casa para fazer uma comidinha gostosa. Então, se você tem as mesmas sobras/enlatados em casa, aproveite para fazer um

Farfalle Bonito - para duas pessoas

- quatro punhados de farfalle de manjericão, pegos com a mão (de uma marca uruguaia chamada Las Acacias, que eu encontro no supermercado Muffato, aqui em Curitiba, e é muito em conta. Por volta de R$ 2 o pacote de 500 g.)
- uma lata de atum em pedaços em água (para ficar mais light)
- meia lata de milho verde (o que restar você pode aproveitar em uma pizza, à noite)
- meio pimentão vermelho bem picadinho (ou tomate, o que tiver sobrando na geladeira)
- uma colherada de sopa de azeitona fatiada (é super prática para dar um gostinho nos pratos)
- azeite, pimenta calabresa, manjericão e/ou outros temperos que você goste

Modo de preparo

Cozinhe o farfalle com um pouco de sal. Quando estiver al dente, jogue no escorredor e reserve. Para não precisar lavar muita louça, use a mesma panela do macarrão para o molho. Coloque um pouco de azeite, refogue o atum, o pimentão, o milho, a azeitona e os temperos até você achar que a cara está boa. Jogue o macarrão escorrido na panela e misture. Coloque nos pratos e polvilhe um bom parmesão ralado.

Por que o nome? Porque, além de gostoso, a combinação de verde, vermelho e amarelo deixa o prato muito bonito.